A Cloud Computing ou Computação em Nuvem, é uma tendência do mercado
e que vem revolucionando a forma como os dados são armazenados. Há muito que
aprender sobre essa tecnologia, apesar de sua fundamentação não ser tão nova.
Taurion (2010) afirma que “Cloud
Computing não é por si só uma inovação tecnológica. É uma verdadeira
disrupção na maneira de se gerenciar e entregar TI”.
Na verdade o que Taurion quer dizer é que por ser
uma tecnologia baseada em diversas outras já existentes, como é o caso da
virtualização e grid computing, a Cloud Computing veio simplesmente mudar
a forma como é entregue esses serviços para o uso pessoal ou empresarial e como
será gerenciado.
Clyton Christensen (2008)
citado por Taurion (2010) comenta que a verdadeira disrupção acontece quando
uma inovação tecnológica ou um novo modelo de negócio desloca de forma
inesperada uma tecnologia ou um modelo já estabelecido.
O importante é saber o comportamento das tecnologias
já existentes aplicadas a cloud computing,
e o que elas podem oferecer de diferencial, analisando seus desafios e
vantagens relacionados.
O termo Cloud Computing vem sendo aprimorado e muitas são as definições
atribuídas, mas inicialmente a ideia era de “processar aplicações e realizar o
armazenamento dos dados fora do ambiente corporativo, dentro da grande rede, em
estruturas conhecidas como Datacenters, otimizando o uso dos recursos” (Veras
2012).
O conceito inicial hoje é
conhecido como public cloud (nuvem pública),
permitindo que as organizações por meio de um serviço terceirizado armazenem
boa parte de seus dados e serviços em Datacenters na rede, possibilitando a
saída de um modelo baseado Capex para Opex.
Capex ou despesa de capital,
refere-se as despesas que geram um benefício futuro, como por exemplo a
aquisição de ativos da rede e infraestrutura, os quais podem ser depreciados ou
amortizados ao longo do tempo. Já Opex ou despesas operacionais, corresponde
aos custos incorridos do pagamento dos salários dos funcionários, aluguel,
manutenção e reparação das máquinas, tendo o objetivo de transformar
inventários em ganhos.
Diante desse cenário já é
possível notar uma redução importante dos gastos relacionados a Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC). Mas os tipos de soluções em Cloud Computing não parou em public cloud, surgindo outros tipos de
aplicabilidade como Hybrid Cloud,
Community Cloud e Private Cloud, os
quais são denominados como Modelos de Implantação de Cloud Computing e serão explicados adiante.
Embasado nas principais
necessidades das organizações é que os modelos de implantação da Cloud Computing foram sendo discutidos e
aprimorados ao longo do tempo.
Em 2010 uma pesquisa
realizada pela Forbes Insights patrocinada pela EMC, citado por VERAS (2012),
realizada com 235 CIOs e outros executivos de grandes companhias americanas
aponta que 52% das organizações estavam avaliando a adoção de Private Cloud, contra 38% que planejavam
a adoção da Public Cloud.
TAURION (2010), comenta
sobre os possíveis motivos pelos quais as organizações mantêm a preferência
pelo modelo Private Cloud:
...nuvens
públicas oferecem muitos benefícios, mas por outro lado apresentam os maiores
desafios de segurança e privacidade. Além disso, muitas das aplicações internas
das empresas, como ERPs, têm alto grau de previsibilidade de demanda,
minimizando o valor do modelo em cloud. As aplicações com demandas menos
previsíveis são as que interagem diretamente com os clientes, como as de
comércio eletrônico, pois uma promoção comercial pode afetar a demanda num
piscar de olhos. Essas aplicações têm muito a ganhar com o modelo elástico das
nuvens. Mas elas não só demandam requisitos elevados de segurança, como são
altamente dependentes de integração com outras aplicações. Assim, colocá-las em
uma nuvem pública poderia gerar mais dificuldades que benefícios, pelo menos
por enquanto.” TAURION (2010)
Dois anos após, TAURION
(2012) indaga: “Porque manter um conjunto de servidores, muitas vezes
ociosos, e um staff dedicado a operações que não agregam valor como upgrades de
releases de sistema operacional se eu posso transferir esta atividade para um
provedor confiável?”.
Pesquisa realizada recentemente
encomendada pela HP a Coleman Parkes Research (2012), conclui que:
"As
empresas precisam de soluções seguras que facilitem a transformação para a
computação em nuvem, com risco ou interrupção mínima nos serviços e que
ofereçam governança sem ficarem presas em apenas um fornecedor. Portanto, o
caminho para a adoção em massa de computação em nuvem requer um ambiente
híbrido, que consista da TI tradicional, bem como ofertas de cloud pública,
privada e gerenciada".
Hoje as empresas sentem a
necessidade de estarem e usufruírem dos benefícios que a Cloud proporciona, porém, como não poderia ser diferente, as
mudanças tendem um pouco a resistência. Sendo assim, dar para observar como o
olhar sobre os modelos de Cloud vem
mudando ao longo do tempo, onde a Private
Cloud vem aos poucos abrindo os caminhos para a Hybrid Cloud e consequentemente a Public Cloud.
A seguir são
abordados os modelos que vêm sendo mais adotados no mercado em mais detalhes:
Private Cloud, Public Cloud, Community Cloud e Hybrid Cloud.
PRIVATE
CLOUD
Porta-se a oferecer um maior
controle da infraestrutura, além de um serviço dedicado e operado
exclusivamente por uma organização, podendo ser gerido por ela própria ou por
uma empresa terceirizada.
Indicado para empresas que
tenham interesse em um serviço de Cloud
customizado e com mais segurança. Modelo sugerido também para empresas que já
fizeram grandes investimentos com servidores, hardwares, softwares e que
desejam usufruir dessa infraestrutura já existente para manter a
competitividade no mercado.
Deve-se levar em
consideração que o modelo aqui abordado não irá incidir em grandes reduções de
custos para aquelas empresas que ainda não possua a infraestrutura adequada
para a implantação dessa tecnologia, uma vez que deverá arcar com os custos de
capital inicial.
Mas para as organizações de
grande porte e que possuem procedimentos de segurança rígidos e auditados
frequentemente, permanece sendo a Private
Cloud o modelo de implantação de Cloud
Computing mais indicado, decorrente das limitações de acesso aos processos
de segurança que alguns provedores de Public
Cloud apresentam, comum ser taxado de “segredo de estado” levando em
consideração a inconveniência de essas informações serem utilizadas contra eles
próprios por outros provedores do respectivo serviço.
Ainda considerando que a Private Cloud é mais predisposta as
grandes organizações é que vale ressaltar algumas informações relevantes para
esse perfil de empresa, como a possibilidade de realizar excelentes negociações
na aquisição de hardwares, softwares e por processarem um grande volume de
dados é que a utilização do modelo Public
Cloud pode até ser inviável.
PUBLIC
CLOUD
Constitui de uma
infraestrutura pertencente e mantidas por um provedor externo onde são
armazenados dados de diferentes clientes em grandes datacenters geograficamente
distribuído.
As motivações em geral
relacionadas ao modelo Public Cloud diferem
um pouco do que foi exposto em Private
Cloud, mantendo os níveis de elasticidade e escalabilidade. Na verdade, o
maior influenciador do Public Cloud é
baseado no modelo econômico tradicional de pay-per-use,
ou seja, a empresa contratante paga apenas o quanto usar dos recursos da Cloud, implicando diretamente em redução
de custo de capital inicial, contrapondo a Cloud
Private e a infraestrutura tradicional que demandam mais investimentos.
Por outro lado, o que torna
um risco a adoção do modelo aqui explorado é que o nível de segurança e
privacidade é conduzido pelo provedor do serviço, não havendo uma certeza de
que os procedimentos estejam sendo realizados adequadamente, tornando-se
importante levar em consideração que os datacenters do provedor estarão
armazenando dados de muitas outras empresas e até mesmo concorrente o que
aumenta ainda mais os riscos em relação à segurança dos dados.
Mas vale salientar que
muitas Public Clouds fornecem um
nível de segurança superior aos datacenters de pequenas e médias empresas.
Outra questão que deve ser lembrada é que o acesso a Cloud nesse modelo ocorre mediante conexão a Internet, em havendo
qualquer indisponibilidade com esse recurso, a empresa contratante ficará
inacessível aos dados, podendo afetar diretamente a reputação e
consequentemente abalar a saúde financeira da empresa, sendo bastante
considerável a utilização da redundância de link.
COMMUNITY
CLOUD
Modelo
utilizado por grupo de empresas, por isso convém chamar Community Cloud, as quais possuem interesses em comum como missão,
jurisdição, conformidade, requisitos e políticas de segurança, entre outras
afinidades.
A
infraestrutura é compartilhada entre as empresas que fazem parte dessa
comunidade, e por seguirem a mesma analogia é certo afirmar que o modelo em
questão dispõe de recursos de segurança mais compatíveis com as necessidades do
usuário oferecendo um serviço mais customizado.
O
datacenter pode ser alocado internamente ou externamente às organizações e
ainda administrado por elas mesmas ou por um serviço terceirizado.
Por
característica, na Community Cloud os
custos são normalmente distribuídos por um quantitativo de usuários
relativamente menor que na Public Cloud
e superior ao Private Cloud, onde os
custos são intermediários aos mesmos.
HYBRID
CLOUD
A Hybrid Cloud é uma combinação de Clouds como Private, Public ou Community, as quais permanecem com suas características primárias,
utilizando tecnologias proprietárias ou padronizadas e ainda possibilitando um
controle importante sobre a infraestrutura.
Interessante para as
organizações que sentem a necessidade de dispor dos serviços de uma Private Cloud, para aqueles aplicativos
que competem ficar dentro do firewall e ao mesmo tempo carecem de uma Public Cloud para atender situações
como, campo de teste e validação de um sistema ou utilização de capacidade
extra de recursos computacionais, sendo ambos os modelos bem alinhados pelo
provedor do serviço.